segunda-feira, 25 de julho de 2011

Agendamento para solicitação de Passaporte

Este post serve de orientação para todo mundo que pretende tirar o passaporte brasileiro, mas em especial para quem mora em regiões metropolitantas. Acredito que isso só vai ser necessário por algum tempo, mas não acredito que a situação se normalize antes do final do ano, por alguns fatores que podemos abordar mais tarde. Por hora, deixo as dicas.

Quando tirei meu passaporte o processo me pareceu extremamente simples. A Polícia Federal (PF) utiliza um sistema on-line de agendamento para a entrega da documentação e coleta de foto e impressões digitais, o que é ótimo. Não sofri o processo anterior, mas pelo que soube formava-se uma fila na delegacia ou posto de emissão de passaporte e perdia-se horas a fio. Hoje temos a vantagem de chegar no horário agendado e ser atendido dentro de 15 minutos. Nada mal, huh? Mas ultimamente não tem sido assim.

Quando fomos tirar o passaporte da nossa filha, busquei horários em todos os postos da PF em São Paulo e, para minha surpresa, não havia um horário sequer em menos de 3 meses. Isso que São Paulo tem 5 ou 6 postos de emissão. Bom, solução mais prática (aparentemente), tentar Campinas. Mesma coisa. Então, Bauru, quem sabe? Mesma coisa. Já estava perdendo as esperanças e achei que teria de arrumar uma forma de solicitá-lo com caráter de urgência. Mas o que alegar? "Olha, estou querendo emigrar e preciso de mandar a documentação o mais rápido possível de um passaporte para minha filha, senão não aceitam o pedido"? Não, isso não se enquadra nos parâmetros de urgência da PF (que não discordo), mas a espera era inaceitável.

Lí então em alguns fóruns (aqui ficam minhas desculpas por não citar a fonte, mas já faz algum tempo e não salvei os links) que ocorrem muitas mudanças de agendamento e liberação de horários extras e que nem sempre aparecem na nossa primeira tentativa. Ora, então a dica é que na página de escolha do posto de agendamento você troque diversas vezes o posto no qual você quer agendar seu atendimento e observar as datas mais próximas.

À primeira vista pensei que isso seria inútil, a final, se está tão complicado conseguir um agendamento, será mesmo que vão simplesmente aparecer novos horários disponíveis? Será que alguém iria desmarcar o agendamento e simplesmente entrar no site e refazer o agendamento? Pois é, mas funciona. Por qualquer que seja o motivo depois de ter consultado diversos postos, de diversas cidades para conseguir encontrar qual das mais próximas poderia ter horário vago, voltei a consultar São Paulo e tive a grata surpresa de conseguir agendar o atendimento para o dia seguinte no centro, no posto do Shopping Light.

Se você estiver nessa situação, recomendo a dica. Agora, quanto aos motivos (que são temporários) que estão causando tamanha lotação dos postos, podemos citar o fato do dólar baixo (que fechou na menor cotação em 12 anos hoje, a R$ 1,544, veja aqui), o que diminui os custos da viagem e também os das compras no exterior. O passaporte brasileiro agora é eletrônico (possui um chip com as informações biométricas, foto etc), mas o que importa nesse caso é que houve um recall (parece piada, veja aqui) de passaportes que tiveram problemas na confecção. Ou seja, demanda alta e defeitos que fizeram com que mais de 11 mil tivessem que ser refeitos.

Em fim, é isso que me faz pensar que é uma situação temporária, mas não podemos ter certeza de quanto tempo isso vai durar. Fica a dica pra quem tiver dificuldade de agendar o atendimento para entrega de documentos para o passaporte.

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Links úteis:

Site da Polícia Federal - http://www.dpf.gov.br
Documentos necessários - http://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/documentacao-necessaria
Requerer passaporte - http://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/requerer-passaporte

Entrega dos Documentos no BIQ - São Paulo

Bem, não sei se eu sou exatamente uma pessoa ansiosa ou se sou mais que a média... mas não consegui dormir direito na véspera de levar os documentos até o Escritório de Imigração hahaha. Bom, talvez alguns estejam se perguntando: "Posso eu mesmo levar os documentos ao Escritório?". A resposta é sim, mas você não vai poder chegar até o escritório de imigração. Você deixa os documentos na recepção do prédio em que fica o escritório e ela é entregue junto às correspondências do escritório. A pergunta lógica para essa situação é: vale a pena? Bem, no meu caso, sim. Primeiro porque o custo do correio, registrado (ou sedex) seria maior que o meu de deslocamento até o escritório (ao todo R$4,50). Segundo porque levando lá eu tenho certeza que o correio não atrasou nem extraviou a correspondência.


Escritório de Imigração do Québec em SP
Em 25/07/2011, o endereço era
Av. Eng. Luis Carlos Berrini, 1511 - CJ 151 e 152. Mapa abaixo.
Confirme o endereço aqui, ou na link "Fale conosco" de
http://www.imigrarparaquebec.ca/

Acho devem estar se perguntando por quê da ansiedade, afinal? Bom, é porque agora sim começamos o processo de forma oficial. Toda a preparação até agora, de coleta de informações sobre o processo, de análise das possibilidades da mudança, de informação sobre a nossa cidade-destino pretendida, do custo de vida, de esboço do planejamento foi sem dúvida muito importante. Mas não passavam de criação de um plano a ser executado e todo trabalho de cópia e organização da documentação são extremamente cansativos: verificar a lista de anexos, obter cópia de documentos, providenciar os originais que estejam faltando, retirar passaporte etc. Entregá-los, por si só, já representa perseverança. É um esforço mínimo em relação ao que nos espera (conforme o plano, o processo federal, juntar toda grana, organizar a ida etc), mas é um momento que estamos sempre nos questionando sobre prós e contras de tudo isso. Por mais decididos que estivéssemos, representa o primeiro investimento real em direção à imigração.

Os dados ("sorte") estão lançados. Agora é esperar a carta informando a abertura do processo. Haja coração!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Palestra de Imigração no SENAC Consolação

O que esperar de uma palestra de imigração? Bom, na verdade minha expectativa naquele dia era conseguir sair com tudo preenchido e carimbado para ir para o Québec se possível na semana seguinte hahaha

Claro que é uma brincadeira. Mas é claro também que a palestra de imigração salienta todos os excelentes pontos positivos do destino desejado. São muitos, sem dúvida. Mas lógico que há dificuldades e não espere ver nada a respeito delas na palestra, apenas as mais amenas. O grande lance da palestra é, sem dúvida, a sessão final de perguntas, em que se tem a única oportunidade de falar realmente com alguém do escritório de imigração para tirar dúvidas. É bem verdade que as instruções são bastante detalhadas, mas não pense que tudo é claro como água.

O palestrante principal foi M. Gilles Mascle, da área de comunicação do escritório. Muito simpático, fez uma série de brincadeiras com as lendas sobre o Québec (que eu não conhecia, mas poderiam ser verdade), como a ideia de que o animal de estimação mais comum seria o pinguim, de que haviam ataques de ursos polares em Montréal etc. Fez também brincadeiras com São Paulo, como o fato de termos quatro estações climáticas bem definidas - por dia.

Entre outras coisas, eles explicaram um pouco sobre o panorama atual do Québec, indicadores sociais, econômicos etc. Isso tudo fez a vontade ter gosto de realidade, de que aquele sonho poderia se concretizar. Mas, claro, haviam as dificuldades.

O programa de avaliação das chances de ser selecionado pelo Québec tem um pequeno problema: embora eu tivesse selecionado todas as respostas de forma honesta (sem supervalorizar nenhum item), indiquei que não tinha qualquer conhecimento de frânces e ainda assim ele indicava que eu poderia ser selecionado. Perguntei sobre isso, e o M. Gilles foi rápido em informar essa falha da aplicação on-line que faz a pré-avaliação. Então descobri que meu principal problema eram as comprovações do idioma, para que as minhas chances fossem reais e que equivalessem às identificadas no site. Decidi então que faria o exame do TOEFL e iria arrumar uma forma de aprender francês. Afinal, não estava disposto a abandonar a ideia apenas pelas dificuldades ou custos de documentação.

Começo - Tudo na vida tem um

Bom, esse post tem a pretenção de explicar o começo do processo. Bem, já lí tantos outros blogs que buscam mais e mais razões e explicações para o processo de imigração. Bem, alguns falam sobre as melhores condições sociais (o que eu concordo plenamente), melhores condições econômicas (o que eu concordo em parte), outros que idealizam uma vida fantasticamente maravilhosa (o que eu até concordo, mas é bom ter os pés no chão). Acho que vou explicar o meu começo de uma maneira diferente.

Um pouco de história
Acho que a primeira vez que escutei falar sobre o Canadá foi por uma tia que se casou com um inglês e certa vez fez uma viagem ao Canadá. Bem, assim ganhei minha primeira camisa com a "maple leaf" estampada. Eu era novo demais, mas só me lembro de ouvir coisas boas sobre a viagem. Afinal, viagens de férias são (ou deveriam) sempre boas, certo? Mas talvez esse ainda não seja o começo ou a explicação do meu sonho e vontade de imigrar.

Desde criança (entenda-se por criança o mesmo que "desde que me entendo por gente") sempre ouvi histórias de quando meu pai e meu tio fizeram intercâmbio. Sobre como as coisas eram diferentes, a escola, a rotina. Sempre tive uma ligação grande com a música e o cinema estrangeiros (bom, vale aqui a nota de que o cinema brasileiro, à época, não era permitido para crianças). Acho que tudo isso despertou uma curiosidade e vontade de fazer parte da realidade de um país desenvolvido, com um modelo de escola diferente, além de uma realidade social diferente. Bom, não sei se o texto passa a idéia do sentimento real disso tudo. Mas a verdade é que cresci com a grande vontade de poder estudar fora e depois trabalhar. Bom, não aconteceu :)

Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu na vida: me casei, tive uma filha, comecei uma carreira na área de TI, me formei e me mudei pra São Paulo. Nessa ordem e acho que não mudaria nada (bom, talvez se o "me formei" fosse antes do "me casei" eu me enquandrasse melhor no modelo da minha época, mas foi excelente assim).

Primeira experiência de mudança
Do parágrafo anterior, vou falar um pouco mais sobre o último item, a mudança para São Paulo. Na verdade, sou carioca, mas cresci em Minas Gerais, numa grande cidade do interior. Como qualquer cidade, a cidade em que cresci tem seus problemas, mas tem uma infraestrutura excelente, boas empresas, mas não me permitia muito crescimento profissional. A oferta de empregos com um bom salário é pequena, as boas empresas também (a maioria são start-ups que batalham pesado para se manter). Por esses e outros motivos, comecei a buscar um emprego em São Paulo, afinal, se alguma cidade tinha que oferecer o que eu buscava, com certeza São Paulo ofereceria.

São Paulo é uma cidade incrível, com uma qualidade de vida fantástica (é, é possível) e tenho mais tempo e mais flexibilidade do que jamais imaginei. Tem acesso a lazer e produtos do mundo todo, todo tipo de variedade cultural. Num raio de 200Km tem-se acesso a praias e regiões de serra excelentes para o inverno. Incrível. Mas tem também uma realidade muito dura: a desigualdade.

Mais do que o trânsito infernal (que eu não pego, mas me irrito com a falta de educação alheia), mais do que a poluição (que não escolhe vítimas), a desigualdade me atinge em cheio. É complicado descer do trem depois de 20 minutos em que vejo, no caminho, o shopping mais luxuoso da América Latina e bem ao seu lado, uma grande favela (e atrás dessa, outras gigantes). É difícil pra mim sair de uma loja de cafés trazendo embaixo do braço um pacote de café de mais de R$100/Kg e, no caminho de casa, ver diversas famílias (pai, mãe e filhos) dormindo na rua, em noites frias.

Agora vai ficar meio polêmico, mas vamos lá. Há quem diga que isso é só como a vida é, que isso tem em todo lugar, que tem gente que não tem disposição pra trabalhar. Mas honestamente, não acredito nisso. Não acho que seja possível termos uma diferença de salário nas empresas que seja de mais de mil vezes entre o salário do faxineiro e do presidente. Alguém vai dizer: "Ah! Peraí! Comparar o faxineiro e o presidente?! Tá louco?!?!". Bom, não vejo por que não. Penso que indiferentemente da posição na empresa, todos têm necessidades fundamentais não apenas para sí, mas para a família. Na minha visão a forma de o Estado prover tudo o que a constituição prevê (saúde, alimentação, moradia, educação) é através do emprego. Distribuição de renda real, na minha opinião, chama-se salário. Existem países em que essa diferença é menor, em que o presidente tem um salário entre 5 e 10 vezes ao do menor salário da empresa. Não coincidentemente, também têm menos violência. Acho que a parte polêmica termina aqui. :D

Afinal, por quê Canadá? Por que Québec?
Bom acho que agora ficou claro a minha motivação recente para resgatar o antigo sonho e eis que surge a possibilidade de imigrar para o Canadá: conheci o programa de imigração do Québec. Não foi a primeira vez que busquei informações sobre a imigração para o Canadá, mas a primeira vez em que soube que o Québec tinha requisitos diferentes de imigração e que as chances de ser selecionado poderiam ser maiores. Entrei no site do escritório de imigração de Québec em São Paulo e soube das palestras de informação gratuitas. Inscrevi a mim e minha esposa (umas duas semanas antes) e ficamos aguardando ansiosos para saber mais.

Leia sobre a palestra aqui.