terça-feira, 13 de março de 2012

Finalmente, recebemos nosso CSQ!!!

A sensação é indiscritível: embora a exaustão (por ter ficado tenso o bastante na última semana) tenha tomado conta de mim e não tenha permitido que eu fizesse essa postagem no dia de ontem, 12/03/2012, a alegria foi imensa!

Agora a história que todos sempre buscam: como foi a entrevista?

Chegamos cedo ao prédio do BIQ, algo como 45 minutos antes... OK, embora concorde que 9h45 é cedo para quem tinha o compromisso marcado para 10h30, atraso era algo que não constava na minha lista de possibilidades... Como fomos de trem e da estação até o prédio tem uma pequena caminhada, não quisémos arriscar. O calor ontem estava forte (para o horário) e nós trajados com roupa social (i.e. camisa, calça e sapatos sociais, nada além disso), sentíamos como se estivéssemos em um forno! hahaha. O lado ruim é que o pessoal da recepção do prédio (não do BIQ) pediu para que aguardássemos na área externa até 10h00. Indicou uns bancos atrás do prédio que só não eram bons devido ao sol... Logo, procuramos uma sombra e ficamos esperando os 15 minutos. Pegamos os crachás de acesso e subimos ao 15o andar.

Lá chegando, esperamos até que alguém abrisse a porta (não tinha ninguém na recepção)... Pouco tempo depois, estávamos nós sentados na ante sala da entrevista, assistindo a uma apresentação do Cirque du Soleil... Previsível, né? hehe

Com poucos minutos de atraso, o sr. Raymond Beauchesne nos chamou perguntando se tínhamos um "rendez-vous" com ele. Simpático, se desculpou pelo atraso e nos explicou que o intuito da entrevista era verificar os documentos que trazíamos e conhecer nossos planos de imigração. Disse que uma avaliação do nosso dossier já havia sido feita e que, se tudo que indicamos no dossier estivesse correto, nós já tínhamos uma boa pontuação.

Ele então pediu para ver os passaportes e certidão de casamento. Conferiu ambos e foi ao laptop conferir com os dados que eles tinham. Ao conferir o nome da Kalli, ele achou interessante e perguntou sobre a origem, que eu expliquei ser o nome de uma flor que tinha uma história romântica: era uma flor que seu pai dava à sua mãe quando namoravam. Ele ficou encantado com a história, pegou um Post-It e pediu licensa para anotar o nome e perguntar se a grafia estava correta... Totalmente inesperado! Nunca em qualquer momento da preparação eu pensei que isso aconteceria... Pensei que ele pudesse querer saber a origem, mas imaginei que ao dizer que era uma flor, que ele iria seguir em frente. Surpresas que a entrevista nos reserva.

Ele viu então o passaporte da nossa filha e lembrou que precisava ver também a certidão de nascimento dela. Conferiu tudo e passou ao computador novamente em que ele perguntou se ainda morávamos no mesmo endereço e começou a falar o endereço... mas no final, no número do apartamento, ele trocou... Corrigimos e ele disse: "Ok, era só pra saber se vocês estavam me ouvindo e entendendo!" Risos tomaram conta da sala... Logo disse que era uma técnica interessante, a final, testa muitas habilidades de uma só vez: a compreensão, a concentração e a habilidade de fazer uma correção de maneira educada. Mais uma surpresa.

Ele então pediu para ver o meu diploma e histórico da graduação, conferiu, mas não pediu o do ensino médio. Estava com ele na pasta, pois na carta pediam para que levasse, mas não foi preciso. Ele fez uma contagem até o momento dos pontos que tínhamos, pediu os comprovantes de estudo da Kalli. Pediu então os documentos de trabalho, que comprovassem o tempo de trabalho que tínhamos. Ele fez a soma de meses que totalizávamos, olhando os nossos contracheques e carteiras de trabalho. Isso feito, partiu para conferir os conhecimentos linguísticos.

Àquela altura, ele já tinha uma boa percepção de meu nível de francês. De início eu tinha dito a ele, também, que a Kalli não falava francês ainda. Ele me explicou que meus certificados de horas me dariam não mais que o nível 1 ou 2, mas que eu tinha demonstrado ter o nível 4. No dossier eu tinha indicado nível 5 (de 12), então ele disse que iria fazer a correção. Expliquei dizendo que para nós é difícil saber ao certo, pois existe muita diferença entre a proposta de cada curso. Disse que não tinha problema nenhum, que eu concordava com a avaliação dele e seguimos. Então ele me perguntou sobre meu nível de inglês, e então ficou fácil... Disse que eu tinha levado também uma cópia para eles do meu resultado oficial do TOEFL. Ele ficou feliz por eu ter levado (isso facilita a comprovação das notas que ele me atribuiu) e disse que faria uma cópia. Eu disse que ele poderia ficar com aquela via, pois eu tinha outro original.

Ele disse que ia fazer algumas perguntas para medir o conhecimento da Kalli, ainda que disséssemos que ela não falava francês. Ele fez duas perguntas simples: "Qu'est-ce que c'est le nom de votre mère?" e "Est-ce que vous avez d'enfants?". Ela não entendeu nenhuma. Perguntei a ele se ela poderia responder em inglês, já que isso poderia facilitar, e ele concordou. Mas mesmo assim não deu! Ele disse que não tinha problema e começou a conversar com ela em inglês para avaliar, achou o nível dela bom e disse que, embora em Montréal fosse possível viver apenas em inglês, ter bons salários, que isso nos colocaria em uma situação similar a um "apartheid", que terminaríamos por viver em guetos e que isso nos privaria da maior parte da vida social. Eu complementei dizendo que entendíamos e que concordávmos, que o plano da Kalli era primeiro entrar no mestrado (meta cumprida) e que depois ela entraria no francês. Concordamos ainda que para permitir que permanecessemos próximos à nossa filha, que era fundamental aprender o idioma.

Ele lançou mais algumas informações no sistema dele, escreveu algo no que imagino ser um relatório da entrevista e perguntou então porque escolhemos Montréal. Dissemos que a escolha era pelo mercado de trabalho e também pela vida cultural de Montréal. Ele perguntou sobre o trabalho e disse que a empresa em que trabalho tem um programa de relocação internacional para as filiais, mostrei o documento da empresa sobre o assunto e disse que essa era uma das opções. Mas então mostrei a ele, tembém, diversas oportunidades de emprego que recebo diariamente por e-mail e que acreditava que teria boas chances no mercado. Ele olhou algum dos anúncios que levei (do Workopolis e do Joboom) e começou a olhar o que os anúncios pediam e me perguntar se eu conhecia. Java? Sim. WebSphere? Sim, bastante. Perl? Disse a ele que não era minha principal habilidade, que conhecia um pouco. Ele respondeu que ficou feliz de eu ter dito isso (acho que pela sinceridade). Ele voltou ao computador enquanto digitava algumas informações perguntou de maneira descontraída se eu era um bom profissional. Eu disse que achava ser, a final, estou sendo promovido nos próximos meses. Ele concordou com a cabeça e continuou.

Ele perguntou então sobre nossa preferência de local para morar. Dissemos não ter preferência por nenhum lugar específico, mas que pretendíamos buscar moradia próximo às melhores escolas (i.e. para que nossa filha pudesse estudar em boas escolas). Ele pediu para ver as listagens que eu tinha levado de boas escolas em Montréal, Québec e Gatineau. Olhou alguns nomes, comentou que algumas ficavam em regiões caras e me devolveu os papéis.

Ele lançou mais alguns dados no computador e disse... "58.... 66... Bienvenue au Québec!", ainda olhando para o computador... Eu não me contive e ri alto e agradeci. Era muita felicidade. Ele então nos deu os parabéns, e imprimiu os CSQs, assinou-os e nos explicou um pouco sobre os procedimentos a seguir... Após algumas explicações, ele fez uma pergunta que de alguma maneira me intrigou, mas não tive jogo de cintura pra conversar sobre o assunto: vocês pretendem realmente se instalar no Québec? Respondi de impulso, sim, com certeza. Mas acho que a pergunta veio devido ao nosso nível de inglês, que facilitaria nossa imigração para outra província. De qualquer forma, sim, nossa meta é o Québec.

Minha impressão geral é foi excelente, devido à simpatia do Sr. Beauchesne e do esforço dele em se comunicar com a Kalli, falando algumas vezes em espanhol, arriscando palavras em português e conversando com ela inglês, fugindo completamente do estereótipo que já ouvi de outros relatos. Não sei se foi mera sorte nossa, mas fiquei feliz de termos sido atendidos pelo Sr. Beauchesne. Torno públicos aqui meus agradecimentos.

Bom, acho que isso é tudo o mais detalhado que eu consigo lembrar (e descrever). Espero que possa ajudar outras pessoas que estão nessa mesma fase. Agora, vamos para o Federal, mas com a certeza de que nosso plano vai ser executado!

À bientôt!
Bruno

7 comentários:

  1. Aeee Parabéns!!!!!!!! Agora rumo ao federal =)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu Green!! Já estamos pedindo as traduções... Muitos documentos para o federal :(... Mas agora temos um ânimo renovado ;)

      Excluir
  2. Fico mto contente qndo leio relatos de aprovação, pois é sinal que os esforços valeram a pena.
    Parabéns e boa sorte com o resto, que apesar da demora é mais tranquilo...dará tempo de vcs aprenderem um pouco mais a lingua.
    Abraço

    ResponderExcluir
  3. Ola Bruno
    Tenho amigos que acabaram de enviar os docs pra abertura do processo de quebec..mas nao fizeram a prova de frances, com vcs tambem foi assim? vc fez alguma prova ou nao? e pq foi pra entrevista? se vc faz essa prova e manda, nao eh chamado pra entrevista? como funciona???
    desculpa tantas perguntas, mas eles queriam saber essas coisas e nao sei responder...
    obrigada!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Erika,

      Desde dezembro/2011 passou a ser obrigatório submeter resultados de provas oficiais reconhecidas para que você possa contar pontos para as habilidades de idioma. No meu entendimento, é possível submeter o dossier sem eles, mas "prejudicará" a avaliação. Quando enviei, não era assim. Se você tiver intenção se enviar uma demanda ou quiser mais informações, talvez seja interessante verificar no fórum da Comunidade Brasil-Québec (http://www.brasilquebec.com/), caso ainda não tenha feito.

      Atenciosamente,
      Bruno Araujo

      Excluir